Bariloche ou brasiloche?



Nosso caminho para Bariloche foi longo; são mais de 1000 quilômetros: isso não dá para fazer tão rápido. A viagem parecia eterna: 24 horas dentro do ônibus. Antes de chegar em Bariloche, a paisagem mudou completamente; nós chegamos num lugar com as árvores e as montanhas. A paisagem mudou tão rápido, que não deu para entender em que momento isso aconteceu; meia hora atrás, tudo estava totalmente diferente.


Bariloche é uma cidade muito famosa, não somente entre os argentinos, mas também entre os brasileiros. Durante o inverno, os moradores locais chamam a Bariloche de Brasiloche por causa da enorme quantidade dos brasileiros. Aqui, no inverno, tem neve e pista de esqui; uma coisa bem exótica para um brasileiro. O centro de Bariloche não é muito bonito: há vários restaurantes, muitas agências de turismo e um calçadão na beira do lago. Ter carro aqui é imprescindível; as distâncias são longas e o transporte público é um lixo. Nós tivemos sorte e conseguimos ficar aqui pelo couchserfing na casa de Paul, um americano do Texas. Na verdade, ele já morava tantos anos na Argentina, que era difícil chamá-lo de americano; ele fala muito bem espanhol (não é muito comum entre os norte-americanos).


A casa dele estava na beira do lago, um pouco afastada do centro da cidade, num lugar incrível. Tomamos muito vinho argentino, cozinhamos juntos e fizemos novas amizades. Paul levou a gente conhecer os arredores de Bariloche, de carro. Realmente, sem seu próprio transporte, Bariloche não é nada interessante. Essa região está cheia de paisagens de tirar o fôlego: os lagos, as montanhas... tudo é muito bonito e perfeito.

Às vezes, essa cidade é chamada de “Suiça argentina”, mas eu não gosto desse nome, porque Bariloche é legal, sem esse título.


Há Cervejaria Patagônia perto da cidade; essa cerveja é vendida em toda Argentina e também pode ser comprada no Brasil. Entre as cervejas mais populares, em minha opinião, essa é a cerveja mais gostosa da Argentina. A visita nesta cervejaria é obrigatória, até se você não tomar cerveja; a vista neste restaurante é incrível. Outra coisa interessante sobre Bariloche é que aqui há muitos descendentes dos alemães... muitos mesmo! Se pode comprar facilmente os produtos deles feitos aqui em Bariloche. Nós fomos numa casa afastada da cidade e compramos chucrute a granel, queijo a granel, entre outras coisas. A terra aqui é fértil e comprar comida orgânica, feita naturalmente, não é uma tarefa difícil.



 Durante outros dias, nós tentamos viajar pela cidade de ônibus, mas isso foi totalmente inviável. Os  ônibus, para nossa casa, passam a cada hora e as vezes, nem passam. Para ir ao parque e fazer alguma trilha, tinha que esperar muito e fazer várias conexões. Eu fiz o teste: levantei o polegar e comecei a tentar carona. Isso foi muito mais fácil do que ir de ônibus. As pessoas aqui são legais; eles entendem a dificuldade de viajar de transporte público. Muitas vezes, as pessoas que levaram a gente estavam com as crianças no carro ou até as mulheres sozinhas. Acho que isso é bem legal. O resto dos dias continuamos a viajar de carona dentro da cidade




Uma das principais atrações dessa região é o caminho dos sete lagos. Na verdade, tem mais do que sete lagos por aqui, mas o caminho clássico só leva você até os principais. O caminho começa em Bariloche, passa por Villa la Angostura e termina em San Martin de los Andes. Essa região tem muitas atrações; no verão, há muita gente viajando por aqui, fazendo camping ou  caminhadas. Se eu tivesse que escolher um lugar para morar na Argentina, com certeza seria Bariloche; me apaixonei por esse lugar.


E.T.: O prato que cada visitante da região tem que provar continue o mesmo - cordeiro patagônico.

Comentários