Comodoro Rivadavia é uma das maiores cidades na patagônia. É uma cidade importante porem não é turística e bastante feia. Tem muito petróleo por aqui, por isso mesmo se pode ver as máquinas típicas ''bombas cabeça de cavalo'' perto do Comodoro. Também tem mar e muito vento por aqui.
Chegamos em
Comodoro de carona num caminhão gigante e fomos buscar a casa da nossa anfitriã
Ayelen. Ela não estava em casa, mas mandou o WhatsApp com as fotos e as
instruções de como entrar O_o Confiança level 80. A casa dela é super linda e
aconchegante, ficamos uma semana com ela. Ayelen nos recebeu como se fossemos
parte da família e deixou seu quarto pra gente. Aproveitamos os dias para
trabalhar e as tardes para passear como já foi de costume. Comodoro em si não
tem nada, além de nada tem campo eólico gigante abandonado. Num
lugar como esse com tanto vento parece um desperdício incrível.
Perto de
Comodoro Rivadavia há dois lagos muito bonitos. Eu disse dois? Na verdade já é
um só. Patagônia é um deserto onde não tem muita água. Então 4 cidades perto do
Comodoro aproveitam a água dos lagos: usam e jogam fora. Por isso um dos lagos
não existe mais, agora é a hora do outro lago. Por sorte quando a gente estava
lá ainda podíamos aproveitar o lago Muster. No meio do deserto um lago azul
lindo. Fizemos típico asado argentino na beira do lago. Ah, que
maravilha! Depois vou lembrar esse tempo como um dos melhores no sentido da
qualidade de carne. Depois visitamos o bosque petrificado. Foi um dos pontos
altos durante toda a viagem pela patagônia. A entrada no bosque Sarmiento é grátis
e não tinha ninguém somente vento e a gente. Foi muito especial caminhar por
meio dessas árvores de mais de 60 milhões de anos. A paisagem em si é de tirar
o fôlego. O lugar é maravilhoso!
Depois de
uma semana tranquila em Comodoro chegou a hora de pegar a estrada de novo. Saímos
num dia de chuva para tentar sorte com a carona. O nosso destino era uma cidade
distante de Rio Gallegos, 780 quilômetros desde Comodoro. Por que eu pensava
que vou poder ir tão longe? Porque não tem nada entre essas duas cidades. Um ou
outro posto de gasolina de vez em quando, 3 casas perto e nada mais. Senti que estou muito
perto do fim do mundo. Dizem que a chuva ajuda viajar de carona. Não sei se
é verdade. Pegamos primeiro carro que nós levou 80 quilômetros ao sul até
cidade Caleta Olivia. Já estávamos na
província Santa Cruz. Saiu o sol, ficamos na beira do mar tentando conseguir
carona de novo. O lugar era lindo, mas muito frio. Esse vento patagônico tem
até o nome especial – sudestada. Passaram várias horas mas seguimos esperando
quando parou um caminhão que levava os carros. Entre todas as nossas viagens de
caminhão essa foi a mais longa – 700 km. Chegamos em Rio Gallegos
exaustos as 2 da manhã. Claro que nosso anfitrião já estava dormindo e fomos a
um hotel só para dormir 6 uns horinhas.
No dia seguinte
fomos para casa do nosso anfitrião Carlos. Na casa dele já tinha outro
couchsurfer e Carlos deixou a gente dormir no seu quarto. Achei muito gentil. A
patagônia é fria, mas os corações das pessoas aqui são bem quentes. Não saímos
de casa nenhuma vez que não fosse para tomar sorvete ou ir no mercado. O vento
estava tão forte que a fronteira com Chile estava fechada. Para ir na Terra do Fogo, que é uma ilha, tem que pegar a balsa. Um dia tentamos ir de carona para
Ushuaia mas sem sucesso. Compramos a passagem de ônibus. A viagem demora 12
horas, não são muitos quilômetros, mas tem que atravessar 3 fronteiras, pegar a
balsa e a parte chilena da Terra do Fogo não é asfaltada. Por isso toda a
demora. A viagem é cansativa mas acho que vale a pena chegar na Terra do Fogo
pela terra e água!
Terra do
fogo sempre me fascinava até quando eu só olhava no mapa. É um lugar
incrivelmente remoto, é fim do mundo mesmo. Chegar perto da Ushuaia não tem
preço. Depois de 25 dias de deserto patagônico, a ilha da Terra do Fogo nós recebeu com montanhas e florestas. Pareceu
uma recompensa depois de um largo caminho. Chegamos em Ushuaia á noite e fomos
para encontro semanal de couchsurfing de Ushuaia com nosso anfitrião Ramiro.
Ushuaia nós recebeu com os braços abertos!
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